Resenha: O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde

O Retrato de Dorian Gray
Autor: Oscar Wilde
Ano: 2005 
Páginas: 244
Editora: L&PM Pocket
Sinopse: O romance, de forte cariz estético, conta a história fictícia de um homem jovem chamado Dorian Gray na Inglaterra aristocrática e hedonista do século XIX, que torna-se modelo para uma pintura do artista Basil Hallward. Dorian tornou-se não apenas modelo de Basil pela sua beleza física (um "Adônis que se diria feito de marfim e pétalas de rosa"), mas também tornou-se uma fonte de inspiração para outras obras e, implicitamente no texto, uma paixão platônica por parte do pintor. Mas o seu retrato, que Basil não quer expôr por ter colocado "muito de mim mesmo", foi sua grande obra-prima.

O que achei:
"O verdadeiro mistério do mundo é o visível, não o invisível."


O Retrato de Dorian Gray é um grande clássico da literatura gótica. Publicado em 1891, o livro conta a história de Dorian, um rapaz muito belo e ingênuo. É objeto de devoção do pintor Basil Hallwart, que trabalha sem parar em retratos do belo jovem. Ate que um dia Basil recebe a visita do amigo Lorde Henry, que rapidamente se encanta também pelo jovem Dorian. Henry porém, contra a vontade de Basil, tem longas conversas com Dorian sobre a importância da beleza e da eterna juventude. Dorian logo fica fascinado pelo discurso de Henry.

“Sempre! E sta é uma palavra assustadora. Faz-me tremer quando a ouço. As mulheres gostam tanto de usá-la. E las estragam cada romance ao tentá-lo fazer durar para sempre. É , também, uma palavra sem sentido. A única diferença entre um capricho e uma paixão para a toda vida é que o capricho dura um pouco mais”

Dorian se apaixona por Sibyl, uma atriz. Porém, ao assisti-la atuar de forma distraída, perde o seu interesse e termina com ela a acusando de não ser nada daquilo que ele pensava. Sibyl roga que Dorian não a deixe, mas de nada adianta. Ao chegar em casa no entanto, olha o seu retrato e ali vê um leve ar de satisfação. Dorian fica imediatamente aterrorizado ao ver que o retrato está mudando e resolve que ninguém pode vê-lo e o cobre com um pano.
Uma noticia pior ainda chega no outro dia. Sibyl se suicidou.

E a partir dai a vida de beleza eterna de Dorian cobra um preço cada vez mais alto. Até onde irá?

"Lorde Henry o observava, com seu triste sorriso. Ele conhecia o momento psicológico preciso para não dizer nada. Ele se sentia intensamente interessado. Ele estava surpreso com a súbita impressão que suas palavras tinham causado e, lembrando-se de um livro que ele lera quando tinha dezesseis anos, que lhe revelara muito do que ele não conhecia antes, se perguntou se Dorian Gray estava passando pela mesma experiência. Ele apenas lançara uma flecha pelo ar. Atingira o alvo? Que rapazote fascinante ele era!"

Que coisa linda é a escrita do Oscar Wilde! Ao ler, era como se uma música vitoriana tocasse ao fundo e uns casais dançassem aquelas coreografias estranhas ao meu redor hahahaha incrível! Cada frase dita no livro soa tão bem que boa parte do livro li em voz alta. 

“Como isso é triste!”, murmurou Dorian Gray, com seus olhos ainda fixos em seu próprio retrato. “Como isso é triste! Deverei envelhecer, e ficar horrível e assustador. M as este retrato sempre permanecerá j ovem. Nunca ficará mais velho do que neste dia particular de junho... se fosse ao contrário! Se fosse como eu sempre ficar j ovem e o retrato envelhecer! Por isto – por isto – eu daria qualquer coisa! Sim, não há nada em todo omundo que eu não daria!”

Os personagens sao escritos com cuidado, os mínimos detalhes são trabalhados. Henry (ou Harry) é um personagem interessante de se analisar, pois é dele o papel de despertar Dorian Gray para o lado do hedonismo, o prazer como o bem supremo da vida, em que o modo de obtenção desse prazer pouco importa perto do gozo completo. Lorde Henry é aquele personagem próximo de asqueroso, porém não há nada que ele diga que não seja verdade. Sem a hipocrisia de se importar com os sentimentos alheios. A verdade que era tanto ali naquela sociedade vitoriana como na atualidade que vivemos.

"É como pintar a tristeza
Um semblante sem coração."

Este é um livro muito usado em discussões e artigos na área da Psicanálise. Eu, como psicóloga, confesso que fiquei louca para abordar alguns pontos sobre a obra como o narcisismo, o estádio do espelho, a perversão e até mesmo a psicose. Mas, o meu intuito com as resenhas do blog não é fazer esse tipo de análise.. Mas existem muitos artigos na internet se caso alguém fique interessado! Recomendo!

Sobre o autor

Nasceu em 16 de outubro de 1854 em Dublin, Irlanda. Filho de William Robert Wilde, cirurgião-oculista que servia à rainha. Sua mãe, Jane Speranza Francesca Wilde, escrevia versos irlandeses patrióticos com o pseudônimo de Speranza. Foi educado no Trinity College, Dublin e mais tarde em Oxford. Lá ele recebe a influência de Walter Pater e da doutrina da "arte pela arte". Em 1879, vai para Londres, para estabelecer-se como líder do "movimento estético". Em 1881 é publicada uma coletânea de seus poemas. Em 1882, sem dinheiro, aceita participar de um ano de viagens entre USA e Canadá. Essa viagem lhe rendeu fama e fortuna.



Sobre a edição: Eu li na edição pocket, sendo assim o texto é feito em formatação simples , paginas brancas e com margens pequenas. Desejo comprar no futuro a edição lançada pela editora Biblioteca Azul que é linda demais! Em capa dura e também tem o texto sem censura e com anotações.

Nas telinhas

Que eu tenha encontrado, o livro foi adaptado para o cinema oito vezes. Em 1945, 1970, 1973, 1976, 1983, 2001, 2004 e 2009. Do qual três são "adaptações para a atuailidade" daquelas tão baseadas que quase não dá pra ver a obra haha. A adaptação de 2009 foi a única que eu assisti, mas pretendo ver a mais antiga que dizem ser a mais fiel.


 

 


Nota no Skoob:


xX Beijos Xx


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