Resenha: O misterioso Caso de Styles - Agatha Christie

O misterioso Caso de Styles
Autor: Agatha Christie
Ano: 2014
Páginas: 288
Editora: Globo Livros
Sinopse: Nova edição do primeiro livro de Agatha Christie traz capítulo original ainda não publicado no Brasil O capítulo original de O misterioso caso de Styles foi reconstituído por John Curran a partir dos cadernos de anotação da autora Quatro anos após Agatha Christie escrever O misterioso caso de Styles, seu primeiro livro, e após a recusa de vários editores, John Lane decide publicar seu livro, mas com uma ressalva: que ela reescrevesse o capítulo onde toda trama é revelada por Poirot. No original a revelação se dá num tribunal, e na alteração solicitada por Lane, a revelação é feita na sala de estar da propriedade de Styles Court. Sem saber John Lane fundava aí um dos maiores lugares-comuns do romance policial. A engenhosidade e astúcia de Agatha Christie são assombrosas, com uma narrativa fluída e envolvente ela apresenta uma história instigante: a partir da morte da matriarca de Styles Court se desenrola uma complexa trama, suicídio ou envenenamento? Quem teria interesse em assassinar Mrs. Emily Inglethorp? Como juntar este desconexo quebra cabeças de provas e evidências? Através da narrativa de Mr Hastings, vamos nos aproximando das personagens desta misteriosa intriga: o estranho Alfred Inglethorp esposo de Mrs. Inglethorp e principal suspeito do crime, John e Laurence Cavendish, filhos de Mrs. Inglethorp, Mary Cavendish esposa de John, Evelyn Howard, governanta da casa, e Cynthia Murdoch, protegida de Mrs. Inglethorp, são os moradores da casa e cada um deles tem algo a esconder. O Misterioso Caso de Styles é o primeiro livro de Agatha Christie e com ele a autora mostra por que é uma das grandes mestres do romance policial do século XX. Trata-se, sem dúvida, de uma obra prima; com um fôlego surpreendente ela apresenta um universo repleto de mistério e suspense. A figura excêntrica e cativante de Hercule Poirot se apresenta com tamanha perspicácia e argúcia que arrebata, é quase impossível não admirar o extraordinário detetive, bem como, não se identificar com o carismático Hastings. Quando a primeira edição do livro foi lançada em 1920 nos Estados Unidos e em 1921 no Reino Unido, houve uma grande repercussão nos maiores veículos de imprensa da época. A trama cheia de pistas contraditórias, reviravoltas inesperadas e o desfecho surpreendente, notadamente marcam o estilo da escritora e cativam os leitores. A autora Agatha Christie (1890-1976) é a mais famosa escritora de romances policiais do mundo, e uma das escritoras mais vendidas e traduzidas em todos os tempos. Durante praticamente cinquenta anos, a autora inglesa, considerada a Rainha do Crime, escreveu oitenta romances, várias coletâneas de contos e doze peças teatrais.

O que achei

"O misterioso Caso de Styles" é o primeiro romance de Agatha Christie e foi escrito depois de uma aposta com a sua irmã, que disse que ela não seria capaz de escrever uma história policial em que o leitor (contanto com as mesmas pistas do detetive) não fosse capaz de descobrir o assassino. Agatha usou os seus conhecimentos em venenos (pra quem não sabe ela foi enfermeira) criou a trama do livro.

O livro é narrado por Hastings e gira em torno de um crime na mansão Styles. Sra Inglethorp, dona da mansão e de uma fortuna, é encontrada morta no seu quarto aparentemente vítima de um ataque cardíaco. Mas, para a surpresa de todos o médico levanta a suspeita de envenenamento. Quem poderia ter matado a senhora? Algum empregado? Uma sobrinha? Os enteados do ex marido falecido? Um marido infame jovem e ambicioso demais? Quem poderia se beneficiar com a sua morte? 🤔.

E agora quem poderá nos ajudar? Chapolin? Não! Hercule Poirot, um detetive belga que liga demais para o seu bigode. Que por acaso estava hospedado ali por perto (quem lê Agatha sabe que ele sempre brota das redondezas 😂) e em um papo com o seu amigo Hastings, começa a investigar o caso.

Um ponto que eu achei anticlímax 😂 foi o fato do livro ter dois finais. Não sei se foi da edição (que adicionou algum bônus da autora), mas em uma determinada página tem um aviso que se você quiser pode ir pra página X ou então pode continuar no outro capitulo. Eu tentei escolher, mas sou muito curiosa e tive que ler os dois 😂 o que atrapalhou "fluxo".

Outra coisa que não chegou a me irritar, mas deixou a leitura MUITO cansativa foram os excesso de pistas falsas. Ok, eu sei que isso é normal em um livro de detetive e eles são "necessários" para conduzir a trama, mas eu acho que foi demais e para um livro tão pequeno! Quando eu achava que o role era um, o negócio ia pro outro lado o que em certo ponto eu fui deixando de me ligar nas pistas, o que em um livro de detetive não é um bom sinal.

Por fim, destaco que é óbvio o talento da Agatha desde o seu primeiro livro. Porém, devo confessar que mesmo "O misterioso caso de Styles" estando longe de ser ruim, nem de perto se compara a outros livros da autora.

Plus para a edição linda da Globo Livros. Vale a pena para todo fã da autora ter na sua coleção.

Sobre o autor

Dame Agatha Mary Clarissa Mallowan (Torquay, 15 de Setembro de 1890 — Wallingford, 12 de Janeiro de 1976), mundialmente conhecida como Agatha Christie, foi uma romancista policial britânica, autora de mais de oitenta livros. Seus livros são dos mais traduzidos de todo o planeta, superados apenas pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare, com mais de 4 bilhões de cópias vendidas em diversas línguas. Conhecida como Duquesa da Morte, Rainha do Crime, dentre outros títulos, criou os famosos personagens Hercule Poirot, Miss Marple, Tommy e Tuppence Beresford e Parker Pyne, entre outros.

Nas telinhas:

O livro foi adaptado em um episódio da série de TV britânica "Poirot". Sendo parte da Temporada 03, Episódio 1. Foi dirigido por Ross Devenish, no elenco conta com David Suchet (Poirot), Hugh Fraser (Hastings) e Philip Jackson (Inspector Japp). O episódio tem 103 minutos de duração.

Sinopse: Recuperando-se dos horrores da Primeira Guerra Mundial, oficial do Exército britânico Arthur Hastings espera encontrar paz e tranquilidade em uma casa de campo na zona rural de Inglês. Mas quando a matriarca morre durante a noite a partir de envenenamento por estricnina, Hastings pede a ajuda de um velho amigo que ficam nas proximidades com outros refugiados de guerra para ajudar a resolver o assassinato: o ex-detetive da polícia belga Hercule Poirot.

Episódio (sem legendas)



Sobre a edição




Como já disse aí em cima, essas novas edições da Agatha pela Globo Livros estão lindas! Cada capa é mais linda que a outra e eu morro de amores! 

Nota no Skoob (3,5)

Beijos!


Confiram o meu projeto Lendo Agatha Christie para ver o que eu já li e os links das resenhas!

Resenha: Menina Má - Willian March

Menina Má
Autor: Willian March
Ano: 2016
Páginas: 272
Editora: Darkside
Sinopse: Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também. MENINA MÁ é um romance que influenciou não só a literatura como o cinema e a cultura pop. A crueldade escondida na inocência da pequena Rhoda Penmark serviria de inspiração para personagens clássicos do terror, como Damien, Chucky, Annabelle, Samara, de O Chamado, e o serial killer Dexter.

O que achei


"Se eu der para você uma cesta de beijinhos, o que você me dá de volta?"

Rhoda tem 8 anos, é absolutamente encantadora e não tem um adulto ao seu redor que não faça exatamente o que ela quer. É esperta e educada. Mora com a mãe (o pai mora em outro estado a trabalho) e é um exemplo de comportamento. Ou não. Coisas estranhas passam a acontecem com aqueles que não fazem o que a garotinha quer. Mas será que um anjo poderia ter pensamentos sombrios?



Assim como é destacado na introdução, a escrita do livro foi em meio a popularização da psicanálise nos EUA, então nele encontramos MUITAS referências a Freud, análise "meu analista disse isso", "o analista dele disse" e "Freud disse". O que eu como psicóloga adoro! Porém, confesso que achei algumas observações forçadas e fora de contexto. Claro que foi um prazer ver um livro com temática de crianças psicopatas com um toque de análise psicanalítica, porém não sei se para um leitor que não se interesse tanto na parte teórica possa achar isso tão atrativo.

Quando coloquei em cima que algumas passagens me pareceram forçadas, quis dizer que em alguns momentos as análises psicanalíticas ou "o analista dele disse" pareciam mais formas que o autor encontrou de parecer mais verosímil.  O que achei desnecessário já que a forma de narrar do autor é interessante o suficiente para que nos interessemos pela vida daquelas pessoas.

Claro que é certo observar que em meio às primeiras discussões sobre algo tão novo como a Psicanalise tornaram as pessoas curiosas sobre aquela tal de "associação livre", "recalque", "perversão". O que "contagiou" a narrativa do autor ao falar de um tema que envolve tanto a psique humana como uma criança com instintos tão obscuros como Rhoda.

Por fim, destaco o quão prazeirosa foi a leitura de "Menina Má" não só por este ser um tema que me interesse tanto e como psicóloga ame a análise de crianças, mas pela forma do autor contar uma história tão pesada de uma forma tao interessante. Espero poder ver o filme em breve.



Sobre o autor


William March nasceu em uma família pobre no Alabama, em 1893. Alistou-se na Marinha e combateu na Primeira Guerra Mundial, tendo recebido condecorações dos governos norteamericano e francês. Largou a farda logo após o conflito, e os horrores do confronto lhe inspiraram a escrever seu primeiro romance, Company K. Publicou seis romances e quatro compilações de contos. Morreu em 1954, um mês após o lançamento do seu livro mais celebrado, Menina Má.

Sobre a edição:

Nota no Skoob


Beijos!

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